quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Aos olhos de uma criança

Vi dois garotos, um de uniforme escolar como que acabara de sair do colégio, descendente de japonês, aparentava ter entre dose a catorze anos. O outro parecia ter mais idade, cerca de quinze ou dezesseis anos, pele negra e não vestia uniforme nenhum, estava sem camisa, com uma bermuda na altura dos joelhos e com os pés no chão.

"_ Eu sou japonês.
_ Eu não sou japonês."


Os dois estavam juntos, conversando como se fossem amigos a muito tempo, dando sorrisos e gargalhadas. Para o garoto de uniforme, o outro seria como qualquer outro garoto de sua escola. Ao lado dos dois havia uma barraca de acampamento pertencente ao de pés no chão, que tinha escrito a frase: "Seja bem vindo Amigo". No chão havia uma toalha estendida e em cima tinha brinquedos cheios de detalhes, como aqueles feitos artesanalmente, mas que a indústria se apoderou do seu meio de fabricação.

"_ Eu tenho um monte desses brinquedos.
_ Eu tenho esses, e são os melhores."


O que chamou a minha atenção foi que - tendo em vista o comportamento de muitas pessoas na cidade de São Paulo, principalmente ao se tratar de um morador de rua - a meu ver, para aquele garoto de uniforme, o outro não era alguém a se ter "medo" ou "repúdio", mas sim como mais um que gostaria de conversar com alguém sem que expressem um olhar humilhante.

Como é nobre é o comportamento e atitude de uma criança, em que para tal o mais importante é a aproximação, amizade, confiança, carinho e companheirismo sem  fazer juízo de valor. O mundo poderia olhar seus semelhantes com os olhos de uma criança, sem malícias, sem maldades, sem rejeição.
 

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