quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Na virada do ano de 2014-2015

"As aglomerações de pessoas nas ruas neste final de ano, tornou-se uma coisa absurda. Não vejo ninguém disposto a ter uma conversa sociável. Há bebida e comida, há música e dança; fotos para todos os lados. Será que vão ver os fogos de artifícios à meia noite iluminando o céu? Ou será que vão fazer uma fotografia e gravar um vídeo para verem depois?

É difícil definir a atitude deste ser que é humano, mas que ao mesmo tempo, por muitas vezes, não sabe mais quem é. Vejo-os como "parasitas" do tempo tecnológico, em que fazem o que os mandam, cabisbaixo, olhando para uma tela brilhante. Parecem seres de outro mundo; talvez, nós que sejamos os alienígenas da história que discute se há vida fora do planeta Terra. Como se não fosse o suficiente, agora há o "pau de selfie", para poder tirar uma foto de se mesmo, ou em companhia, para mais diversão e entretenimento.

Pelo jeito, eles deveram gravar e tirar fotos, para mostrar o quanto feliz foi a sua passagem de ano. Iram postar em redes sociais para quem quiser ver. Só esqueceram de uma coisa: viver aquele momento que deveria ser especial. Um momento de comemoração pela chegada do novo ano, e das lembranças que o outro deixou. Faram? Sim, faram. Porém, em termos. Não vão estar por inteiro naquele lugar, mas em dois espaços distintos: o físico e o virtual.  

A nossa sociedade passa por mudanças. Nossos costumes estão sendo adaptados às novidades, que também nos auxiliam no desenvolvimento de atividades do dia a dia, e do trabalho. Mas até que ponto isso é saudável? Até quando vamos obter o controle da situação? Se é que ainda o temos. 

Talvez eu esteja sendo um pouco precipitado colocando aqui, questões sobre tecnologia, consumo, costumes e hábitos. Quero me atentar, e trocar ideias com meus leitores, sobre o caminho que estamos seguindo, para poder, quem sabe, descobrir o resultado desta revolução, em que uma quantidade de coisas parecem estar sendo virtualizado. A nossa felicidade, nossos desejos, nossas compras, nossa diversão, nossas curiosidades; isso e algo a mais, estão tendo como inspiração e espelhamento, por nossa parte, uma simples tela brilhante. 

No ano que estar para se instalar, espero poder achar a resposta para os conflitos que apresentei neste texto. Desejo aos meu leitores, tudo o que há de bom neste mundo. Que tenhamos mais (a nível pessoal e social por parte do Estado) dignidade, educação, saúde, justiça, paz, honestidade, segurança e prosperidade."







quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O Natal de 2014

"Neste Natal de 2014, o dia não estar tão claro. Há dias que o céu ficou mais escuro e o clima mais traiçoeiro. A chuva tem caído com frequência, e sem se preocupar em percorrer as ruas entre os prédios, tomando conta das calçadas.

Neste Natal, as pessoas não estão nas ruas como em dias comuns, em que os centros parecem formigueiros. Os carros estão nas garagem e nos estacionamentos, pois seus donos estão em suas casas com seus familiares e amigos comemorando esta data querida. Pode chover forte, pode o farol apresentar defeito, não haverá transito e nem buzinas ensurdecedoras.

Mas volta e meia, confundo o som dos foguetes com os dos trovões, embora este ultimo seja mais forte e duradouro, rasgam o céu de norte a sul, assim como em uma tempestade em alto mar, só não cria ondas, pois se acontece nesta cidade, nenhum prédio ficaria de pé, uma vez que não foram projetados para aguentar tamanha força da natureza.

Sucintamente a chuva começa a cair, e quando menos se espera a janela tem que ser fechada para que não molhe o lado de dentro do apartamento. Mesmo sendo no meio da tarde, a luz tem que ser acesa, pois o escuro tomou conta de repente. 

O livro que estava sendo lido foi deixado de lado com a página marcada com uma dobra feito orelha de gato, para a leitura ser retomada depois. A atenção agora está no frango dentro do forno para ser assado, que foram mais de três horas para descongelar. Portanto, mesmo este texto parecendo ser feito para um diário, não posso deixar que isso continue. 

As obrigações serão retomadas. Voltarei à Ler Max, para que o Natal de 2015 seja diferente. Se for com chuva, espero que venha em forma de neve, mas tem que ser em Nova York, fazendo bonecos de gelo à frente de casa. Na cozinha, a mesa rodeada de parentes e amigos, da mesma forma como vemos em filmes norte-americanos que falam sobre o natal, e que tem o final na sala de estar, com a lareira acesa, uma árvore enfeitada no canto, e todas as pessoas felizes naquele lugar, com uma música natalina a ser cantada."

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Depois da Chuva

"Quando a chuva chega, ela não vem sozinha, traz consigo minhas melhores e piores lembranças. Expõe a sensibilidade de um sentimento e de uma situação que nunca tive, ou vivi. Meus medos e minha imaginação ficam soltos correndo pelo quarto atrás de mim. Escuto o barulho dos pingos que caem cada vez com mais força, como se o céu fosse ficando mais alto, tomando conta das galáxias que não conhecemos. A chuva abre buracos no chão, nas estátuas dos jardins e por toda a parte que cair. Não sou imune, gostaria, mas procuro não vê-la mais através do vidro da janela, que fica manchada por conta dos pingos que respingam como se estivessem procurando alguém.

A chuva deixou de ser meramente um fenômeno da natureza para se tornar em um símbolo de casais apaixonados: um filme a dois, um namoro, uma relação apetitosa, um descanso com mais proximidade entre dois corpos. Mas e depois? Volta a ser como antes, que o antes também seria o depois. Ela, a chuva, mal educada que é, só avisa no dia que chega, acontece, faz o que tem de fazer, se despede, e vai embora. No entanto, sabemos, ela sempre voltará.

Os dias e noites sem água caindo dos céus são mais longos, por isso são comuns. Eles fazem parte da nossa rotina. A chuva - mais uma vez ela - se destaca por ser diferente,  lava a alma renovando nossas energias. Na cidade grande, também serve para limpar a sujeira que há nas ruas, na fachada dos prédios, mas é uma pena também não lavar os corruptos.

Depois da chuva, o clima entra em equilíbrio, fica mais harmonioso. Aparecem pássaros de todos os cantos para se alegrar e acabar com a festa das pequenas mariposas. As flores, com cores mais alegres, se erguem para agradecer o bem que receberam. As pessoas saem das “tocas” de onde estavam, parecendo animais com medo de se molharem, para seguir o caminho: o trabalho, a casa, o mercado, o hospital, o restaurante...

Depois da chuva nada muda radicalmente. Continuo a ver ela a cair do céu, passando pelo ar poluído por carros parados no transito e motor ligado, com o som das buzinadas cada vez mais altas, como se só houvesse um indivíduo atrapalhando a passagem dos demais querendo chegar logo em casa, pois estar dirigindo em ritmo de lesma há mais de uma hora.

Passe chuva, passe sol; dia ou noite, a minha janela verá mais coisas do que eu; sentirá mais do que eu; verá mais pessoas. Terá mais companhia e ainda não vai ser julgada, a não ser pela chuva que quer entrar em meu quarto para me perseguir, assim como fazem meus pensamentos e meus tormentos."                                   

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Conecte-se ao mundo real







O uso do celular com acesso à internet móvel tem se tornado cada vez mais popular entre adolescentes e adultos. Em uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2013, o uso do telefone celular por brasileiros acima dos 10 anos de idade cresceu 107%, e o acesso à internet chegou a 143,8%. 

Ficamos mais conectados, com maior possibilidade de nos manter informados sobre o que está acontecendo no país e no mundo, e maior facilidade em poder compartilhar com nossos amigos em rede virtual, uma frase ou uma foto sobre o que estamos fazendo em um determinado lugar. Estamos on-line a todo momento, levamos nosso aparelho tecnológico para onde formos: no restaurante, ao parque, no trabalho, na rua, no cinema, no teatro... 

Mas o afeto que atribuirmos aos objetos chegou a um estado preocupante, uma vez que criamos neles uma relação de dependência, fazendo com que, muitas vezes, prejudique nosso convívio social e até mesmo nossa saúde, como diz uma matéria publicada pelo jornal Deily Mail, em que apresenta malefícios que podem ser causados por conta do exagero no uso do celular e tablets, por exemplo: danos à visão, à coluna, mudança nos contornos do rosto, danos à audição a longo prazo pelo mal uso de fones de ouvido e danos ao sono.

Entretanto, muitas pessoas ficam desconectas do mundo real e não veem o que acontece em sua volta, mesmo que seja algo simples, como o canssasso estampado no rosto de uma mulher após um dia de trabalho, até a decoração de natal do metrô. É como se cada indivíduo estivesse dentro de uma caixa que o impossibilita de se comunicar com outras pessoas. Parece mais fácil e cômodo ligar o aparelho, navegar na internet e escutar uma música, ao invés de abrir os olhos para o que estar acontecendo no momento. 

Enquanto uns leem, outros navegam. Enquanto uns enxergam, outros dormem em um sono profundo que somente acordam quando a porta se abre e uma voz avisa que sua parada é ali. A tecnologia foi feita para nos ajudar no desenvolvimento e melhoramento de nossas atividades do dia a dia, mas se não usada com sabedoria, de nada nos serve, a não ser para nos alienar cada vez mais fazendo com que nosso conhecimento não se desenvolva, se contetando apenas com o entretenimento.

Deveríamos, talvez, adquirir hábitos de quando o celular servia apenas para fazer uma ligação e mandar uma mensagem de texto. Acredito que desta forma seriamos, ou nos tornaríamos, menos individualistas e mais sociáveis.